Confira entrevista com pesquisadora da UNIFESP
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Publicado: Segunda, 06 Abril 2015 09:11
Considerada a maior pesquisadora na área cirúrgica da UNIFESP e a 4ª maior pesquisadora da área cirúrgica de todas as IES com Fator H, a profa Lydia Masako Ferreira conversou com a ARII sobre a criação do mestrado profissional e seus desafios atuais, antecipando, resumidamente, um pouco do que será abordado em sua palestra que ocorre hoje, 6, a partir das 14h, no auditório da Faculdade de Direito. O evento marca o início das aulas do primeiro semestre de 2015 dos Programas de Pós-Graduação da Ufam.
ARII - Levando-se em consideração que a modalidade de Mestrado Profissional foi criada em 1998, qual sua análise quanto à evolução no âmbito das universidades federais? IES federais realmente abraçaram esta ideia?
Lydia Masako - A Criação do Mestrado Profissional (MP) surgiu com a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional. No entanto, foi somente 13 anos após com a Portaria no 17, de 28 de dezembro de 2009, é que surgiu o Mestrado Profissional como modalidade de pós graduação stricto sensu. De início foi difícil desvincular com o Mestrado Acadêmico (MA), pois era o horizonte stricto sensu conhecido. Atualmente, há uma definição clara do Mestrado Profissional que surgiu como evolução natural do processo de produção científico tecnológica no país. Os avanços da Ciência e Tecnologia, as necessidades de ir além das fronteiras de cada disciplina, a cooperação dos saberes e pesquisa, a multi inter e transdisciplinaridade foram os fatores determinantes do Mestrado Profissional.
ARII - Em sua avaliação como o Mestrado Profissional responde às organizações que necessitam de profissionais cada vez mais especializados?
Lydia Masako - A partir da interdisciplinaridade é que surgiu o MP voltado ao mundo produtivo, ao desenvolvimento de processos e produtos vinculados a serviços de saúde (no caso da Grande área das Ciências da Saúde ) e parceria com setor privado e 3o setor. No site da Capes, no SNPG datada de 24/07/2014 são descritas 573 cursos de MP, 288 no sudeste, 116 no sul, 99 no nordeste, 37 no centro-oeste e 33 no norte. Nas áreas Medicinas I, II e III ainda é muito recente a criação de cursos de MP, mas nos últimos três anos, o aumento tem sido exponencial. Na Medicina III em particular, existem oito cursos de MP, dois em São Paulo, um no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Piaui, Ceará e Manaus.
ARII - Neste sentido o Mestrado Profissional não deve ser confundido com uma especialização, digamos, mais aprofundada, porém, dá ao seu portador o mesmo “status” de um mestrado acadêmico, qual seu comentário?
Lydia Masako - O Mestrado Profissional tem o mesmo valor stricto sensu que o Mestrado Acadêmico e a mesma qualidade. O MA tem como função primordial a formação do docente e pesquisador a partir de questões acadêmicas para gerar e difundir conhecimento. O MP surge a partir de questões práticas para solucionar os problemas da sociedade, melhorar o atendimento em saúde (no caso da Grande área das Ciências da Saúde a que pertence a Medicina III) e avançar na Inovação gerando fontes econômicas e sociais para o país.
Não há como confundir com a especialização, pois esta tem a finalidade de formar o profissional. A especialização antecede o stricto sensu.
ARII - Em breve exposição, na sua opinião, quais são os desafios que as mudanças sociotecnológicas e ambientais impõe às universidades, além da criação de cursos para formação especializada?
Lydia Masako - Os avanços da Ciência e Tecnologia fazem com que a pesquisa e a inovação sejam imperativas para a sobrevivência das empresas e exige mudança importante nas universidades. Isto é, as instituições deverão se dedicar à criação e desenvolvimento de novas tecnologias havendo necessidade da associação do mundo corporativo de negócios com a ciência. Será necessário exercitar o chamado “hélice tríplice” que é a integração da universidade gerando conhecimento, a empresa investindo e focando o mercado e o governo alocando recursos e incentivos.
ARII - A senhora poderia fornecer um resumo de sua palestra na Ufam?
Lydia Masako - A palestra terá como objetivo descrever o histórico, a origem, os objetivos, as características, as implicações, os quesitos da ficha de avaliação do MP. Algumas Linhas de atuação científico tecnológica e projetos do MP serão exemplificadas. Assim como serão discutidos os diferenciais com o MA além de destacar os desafios para o próximo quadriênio de avaliação.
Breve currículo
Doutora em Cirurgia Plastica Reparadora;Pós Doc University of California, San Francisco (1992);Livre Docência UNIFESP (1994);Profa Titular Disciplina Cirurgia Plástica UNIFESP (desde 1996);Pesquisadora CNPq 1A (2013-2017) e IB (2006-2013), Coordenadora Med III CAPES (2011 - 2017);Coordenadora Adjunto Med III CAPES (2005 - 2011);Chefe do Depto Cirurgia (2008-2011);Coordenadora Programa Pós Graduação Cirurgia Plástica UNIFESP (1996-2009); Membro da Comissão Avaliação-Medicina (CA-Med) CNPq 2010-2013;Coordenadora CA Medicina CNPq 2012-2013;Membro Comissão Avaliação Abertura Cursos Médicos SESU MEC 2006-7;Consultora da FAPESP, CNPq, CAPES, FAPERJ e Acta Cirúrgica Brasileira;Editora Associada Internacional do Corpo Editorial do Plastic Reconstructive Surgery Global Open;Editora da área Clinics;Revisora do Plastic and Reconstructive Surgery, American Journal of Clinical Nutrition, Brazilian Journal of Medical and Biological Research, Clinics, Acta Cirúrgica Brasileira, Revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Revista Brasileira de Queimaduras, Estima;Co-Editora científico da Acta Cirúrgica Brasileira;Membro da Câmara técnica sobre prod. téc. e membro da Câmara de Cirurgia Plástica do CFM; Presidente Sobradpec-Reg São Paulo;Membro da International Society Aesthetic Plastic Surgery-ISAPS, IPRAS, Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Soc Bras de Queimaduras;Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Cirurgia Plástica, atuando principalmente nos seguintes temas: Cirurgia plástica estética, Qualidade de vida e Gestão em Cirurgia Plástica, Medicina Regenerativa, Cultura de células da pele.