Quando ingressou na Ufam (2013), o aluno Jonathas Kerber de Engenharia da Computação já estava decidido a fazer intercâmbio por meio do Ciência sem Fronteiras, pois este era um objetivo alimentado desde a época do ensino médio, além disso, ele diz que a aguçada curiosidade por novos aprendizados foi fator preponderante para esta decisão. Vale a pena conferir entrevista.
Por que o Canadá?
Kerber – Na verdade meu desejo era ir para os Estados Unidos por que este é o melhor destino na área espacial, pois eu já era cadastrado no CsF Espacial (CsFE), categoria do CsF realizado em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). Alunos que tenham interesse em seguir na área aeroespacial se candidatam à essa modalidade do programa e ficam sob observação da AEB durante o período de intercâmbio, mas como isso não foi possível, passei a analisar os programas espaciais do Canadá, Coréia do Sul, Israel e alguns países da Europa, minha preferência era para países da Ásia ou oriente pois queria muito viver um “choque cultural“, porém, após conversa com professores dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia da Computação, decidi pelo Canadá.
Como foi se preparar e chegar ao seu destino?
Kerber – Então, como a maioria dos alunos a preparação foi um pouco trabalhosa, você tem que tomar uma série de providências, afinal ficará um ano morando em outro País, é preciso ter paciência pra vencer as várias etapas até que finalmente você receba a carta de aceite e como eu tirei a pontuação mínima no toefl foi-me oferecido curso de um semestre na língua inglesa. Quando cheguei no Canadá dormir no aeroporto, pois fiquei com receio de me deslocar à noite até porque descobri que havia desembarcardo na Província que fala francês (Québec), respirei e tentei me comunicar, o positivo é que os canadenses são muito prestativos, tanto que quando cheguei na Província de Ontário (que fala inglês), no ônibus encontrei alguém que me ajudou a encontrar o hostel, a comprar chip e ainda cedeu sua residência para eu dormir por dois dias.
E seu aproveitamento acadêmico, qual sua avaliação?
Kerber – Eu diria que aprendi bastante, além das disciplinas de Engenharia da Computação, todas com muita teoria e prática, eu ressalto a disciplina de Sistemas de Controle a qual me proporcionou largo aprendizado sobre análise e modelagem de sistemas e sobre a interação entre os respectivos subsistemas; a oportunidade de me envolver com o Projeto “Cubesats”, na área de satélites de pequeno porte (nanosatélite), com participação de apresentação de pôster na conferência "13° Cubesat Developers' Workshop, na CalPoly, EUA. Mas, o momento mais importante, foi poder participar do estágio (voluntário) por dois meses na "Capitol Technology University", em Laurel, EUA, na área de Engenharia Aeronáutica, com visita técnica em um dos centros da Nasa. Em síntese, eu adquiri muito conhecimento, tanto que voltei entusiasmada para continuar com o projeto na Ufam por meio da bolsa de Pibic, na verdade meu objetivo é despertar a comunidade acadêmica, sobretudo os cursos de Engenharias, para o desenvolvimento da área espacial na Ufam. Espero plantar uma sementinha e um dia vê os frutos.
Nenhum choque cultural?
Kerber – Não, nenhum. Os canadenses são super simpáticos, prestativos. Eles não são de abraçar como nós brasileiros, mas são muito solícitos . É claro que apesar da alimentação não ser exótica, digamos e nem tão diferente, eu senti muita falta da comida brasileira. Acho que o único choque foi me preparar o rigoroso inverno canadense.
Quem é o Jonathas Kerber depois do intercâmbio?
Kerber – O intercâmbio proporciona mudanças pessoais e acadêmicas, isso é um fato, então eu diria que após esta experiência eu me sinto uma pessoa mais segura, alguém mais autoconfiante; mais otimista e com capacidade de autoconhecimento. No mais eu diria que minha visão de mundo voltou super ampliada e meus relacionamentos interpessoais se tornaram mais ricos porque eu me tornei mais paciente e tolerante.
Palavra de incentivo para quem pensa em fazer intercâmbio?
Kerber – Primeiramente é saber porque você deseja fazer intercâmbio, se não será perda de tempo. Quando decidi viver esta experiência meu objetivo era estudar, aprender o máximo possível, eu seria desonesto se aproveitasse este momento para “turistar”. Em segundo lugar, eu diria que é a oportunidade de comparar dois mundos, de vivenciar experiência que nunca seria possível no Brasil, por fim é preciso pensar que retorno você dará ao Pais quando da sua volta.